segunda-feira, 26 de maio de 2008

A "bola" máxima, total e absoluta

Alô galera, as histórias verídicas (de verdade mesmo) estão de volta, com mais de um mês de atraso, mas para a alegria geral dos meus quase 15 e fiéis leitores. Pensei muito, uma vez que relutei em repassar o "causo" desta vez, pois o bom mesmo é contar vitórias, já que derrota quase ninguém passa adiante. Mas, como meus amigos merecem "tirar" sarro com a farda rubro-negra (mas só os amigos), resolvi passar adiante a maior "bola" da história eqüino-cavalística deste planeta. Não vou citar o nome do sócio nem do piloto, na época um aprendiz de quarta categoria, sem vitória, e hoje treinador ainda em atividade. Bom, só relembrar o fato já arrepia o bucéfalo aqui, mas vamos lá, depois tomo um Red Label para esquecer.
Lá pelo início dos anos 70, mais precisamente em 1973, o matungo aqui e um jovem e promissor treinador compraram uma égua bem baratinho. A filiação era Jacaré e Cobra D'Água e o retrospecto, um show: três corridas e três últimos lugares, daqueles de descabelar careca. Comprada a infeliz, levamo-lá (tá certo isso?) para o Hipódromo do Ipiranga, em Magé. Foram dois ou três meses de tratamento etc...e tal. A tal matunga máxima mostrou sensíveis progressos e começou a trabalhar bem. Até bem demais. Foi quando uma certa manhã ela quebrou nossos relógios. Chegamos à conclusão de que tínhamos acertado na loteria. Vamos inscrevê-la no páreo de machos. Com o retrospecto que tinha, eral pule de mil (naquele tempo), o que seria, hoje, 100 por 1. Tudo certo, a criatura saiu no primeiro páreo de uma segunda-feira, contra seis machos.

Aí é que história começa a ficar ainda mais interessante. Decidimos dar a montaria para um aprendiz de quarta categoria, ainda perdedor, para garantir uma pule ainda mais astronômica. Tudo certinho e a viagem de Magé até a Gávea era curta e a cidadã teria que chegar por volta das 15h00, ficando alojada na cocheira de trânsito. O páreo era às 19h00. Tô de plantão esperando a égua para garantir um desembarque tranqüilo. Deu 15h, 15h30, 16h, 16h30 e nada. Celular naquele tempo só na imaginação do Carl Seigen. Toca o telefone na cocheira de trânsito e alguém pergunta por mim. Atendo e a voz, do outro lado, manda: "O caminhão quebrou e estou há duas horas parado na Avenida Brasil, com 50 graus à sombra. A égua tá se desmilinguindo toda. Quase caí duro.

Bom, conseguiram consertar o caminhão e a égua chegou às 18h00 e foi direto para o hipódromo. Retira, não retira e disseram que a égua ia correr. Eu e meu sócio desisitmos de jogar um centavo que fosse e agora, como dizer ao aprendiz para não "judiar" da coitada. A égua poderia morrer na raia. Com todo cuidado do mundo, chamamos o menino e dissemos: "Por favor, corra com calma, mantenha a égua lá atrás e, principalmente, não bata, pois ela não gosta de apanhar".

Dito tudo isto, lá vai a coitada pra raia, com menos 15 quilos. A pule na pedra era a dos sonhos: 1.200 por 10 na época. O favorito era um cavalo do Stud João Jabour, com o saudoso Antônio Ramos, pule de 1,50. Bom, para encurtar, dada a partida, a égua em último e o menino quieto. Entram na reta e todo mundo abre. Pela cerca e com caminho livre, o garoto se empolga e começa a tocar, sem bater. Aquela infeliz, que parece ter adorado a sauna da Avenida Brasil, passou feito um foguete e ganhou por dois corpos. Na foto da vitória, dois "bocós" de cara amarrada, um cavalariço "babando" de raiva e um garoto rindo sem parar. Eu tenho a foto para mostrar.

Depois disso ela correu três vezes e tirou três últimos lugares...

2 comentários:

Cerca Móvel (KL) disse...

kkkkkkkkkkkkkkkk
Sensacional essa história de verdade mesmo...
Sacanagem... eu fosse vc faria ela vir de Magé à Gávea andando... quem sabe ela voltava a vencer???

Anônimo disse...

Nesse dia não tinha jeito, mesmo!
Se a viajem acabasse sem a "sauna" Vs. iam apostar e perder.
Considerem-se felizes!
Na mesma época, corria em S. Paulo um bicho chamado Cético do Taquaral. Só dava último! Na corrida e na carreira toda.
Apostei nele umas 3 vezes, na esperança de um "tiro".
Mas não teve jeito.
Um abraço, alfredo.