quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

A barata e o casal de velhinhos

Antes de começar a contar mais uma fantástica e engraçada história, como sempre, verídica (de verdade mesmo), gostaria de desejar, com o devido atraso, um Feliz Natal aos corajosos e sinceros amigos que conseguem perder tempo lendo tanta baboseira. Mas amigo é pra isso mesmo. Tem que estar junto na hora do chopp e também nos momentos ruins, como ler esse blog que resolvi inventar. Mas ainda dá tempo, pelo menos para aqueles que entrarem neste espaço eqüino até segunda-feira, de desejar um Feliz 2008.

Desta vez não vou ocultar o nome do artista principal da historinha, uma vez que aconteceu comigo mesmo, nos idos de 1983, quanto treinava na Gávea, exatamente na cocheira nº 2 da Vila Hípica. O Haras Barra Bonita, de São Paulo, era o dono da cocheira e tinha poucos animais comigo, mas como treinei por dois anos em São Vicente, recebia muitos animais de proprietários paulistas. Um deles, tinha como titulares um casal de idosos, muito simpáticos, que não eu conhecia pessoalmente, apenas por telefone. Eles me mandaram a égua Escorregadela, que se aprontou rápido e ia estrear numa corrida de segunda-feira, montada pelo Goncinha, com muita chance de vitória.

Bem, na sexta-feira anterior, todas as camas (de serragem) dos animais haviam sido trocadas e, para minha surpresa, o casal chegou na cocheira, pela manhã, para ver a égua. Ficariam no Rio no fim de semana para assistir a corrida na segunda-feira. Com toda a educação, os recebi cordialmente e me encaminhei para o boxe da corredora. O cavalariço abriu a porta do boxe, pegou o cabresto para colocar na dita cuja. Querendo fazer presença, disse ao funcionário que deixasse comigo, que eu mesmo seguraria a bucéfala para que os velhinhos a olhassem e fizessem aquele carinho habitual. Entro dentro do boxe, coloco o cabresto na Escorregadela e me ponho em posição de sentido, para a festa dos vovôs.

E foi aí que o bicho pegou. Na serragem, que é trazida em sacos, costumam surgir algumas baratas cascudas, daquelas grandes, vorazes e aterrorizantes. Bom, estou eu segurando a égua, com meus jeans habituais e começo a sentir algo subindo por minha perna direita. Tento manter a calma, mas a “coisa” avançava. Larguei a égua por alguns instantes e dobrei a boca da calça, quando me deparei com aquele monstro subindo pela minha perna. Não tive dúvida, arriei as calças e de cueca me dirigi, com certa velocidade, para o escritório da cocheira. Matei a barata e quando voltei os velhinhos tinham ido embora, assustados. E, em seguida, voltaram para São Paulo e nem viram a égua vencer na segunda-feira...Chega!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Os apostadores e suas manias

O apostador em corridas de cavalo é diferenciado. Isso é um fato líquido e certo. Uns não conseguem jogar sem informação. Escutam e assistem a todos os programas, anotam as marcações dos cronistas, fazem uma média e aí sim, depois de tudo isso, perdem seu rico dinheirinho muito bem informados. Existem aqueles que gostam de ouvir uma boa história. Pronto, bastou algum conhecido contar que ouviu o treinador ou o jóquei comentando alguma coisa, maravilha, corre para o guichê e manda bala.

Também tem aquele grupo que não desgruda da cerca e olha para todos os jóqueis no caminho para o cânter. Qualquer gesto, seja uma coçadinha no nariz ou na perna e até mesmo um piscar mais rápido de olho (provavelmente um cisco qualquer), é interpretado como um “sinal”. E aí, tome pule no referido competidor. Existem aqueles que combinam o número do telefone, do documento, da portaria de onde moram e são tantas as manias dos apostadores, que daria até para escrever um pequeno livro. Mas há bem pouco tempo me contaram sobre um turfista que tem um método, segundo ele, infalível, mas que na realidade está muito perto da insanidade.

É evidente, como tenho feito desde a primeira história deste blog, que não darei nome aos bois, até por uma questão de bom senso. Mas, um turfista daqueles que não passam um dia sequer sem apostar nas corridas, tem seu nome iniciado pela letra D. Em razão disso, segundo seus amigos mais próximos, só joga em cavalos cujos nomes comecem ou tenham esta belíssima relíquia de nosso alfabeto. Como na Gávea são apenas quatro corridas semanais, o ilustre D, passa horas nas agências onde se pode apostar nas programações internacionais e o método é o mesmo. Quando em um páreo não existe qualquer corredor começando com sua letra preferida, ele taca ficha em um que comece com The. Segundo nosso folclórico personagem, o som é o mesmo da inicial de seu nome.

Mas, para terminar, os “amigos” deste cidadão, que me passaram esta história, enriquecendo meu blog, também se mostraram extremamente e “um tanto quanto” meio perturbados em relação às apostas. Por acaso, estava eu com uma camiseta verde, com o número 47 em relevo, e um dos mais jovens do referido grupo, que tem o nome iniciado pela letra L, mas não apela para esta prerrogativa insano-turfística para fazer sua aposta, vibrava intensamente após a realização do último páreo. Não entendi muito toda aquela euforia, apenas quando me dei conta de que vencera Sameli e em segundo chegara Nymph Caprice. Dera a dupla 47...e com pule alta! Como diria o Fausto Silva, “O Loco Meu”...

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

O “genérico” do Portilho

Há algumas décadas, quando ainda nem se sonhava com os agentes credenciados, e muito menos com as transmissões das corridas pela televisão, os turfistas que moravam longe do hipódromo, faziam suas apostas nos corretores zoológicos. Naquele tempo, existam os “pontos” em cada esquina e todos bancavam as corridas. O pessoal apostava no talão mais honesto que existia e partia para ouvir os páreos no rádio.

Seu Manoel, que morava no subúrbio, era apaixonado pelo turfe e sempre fazia suas apostas na esquina de seu armazém. Tinha alguns jóqueis de preferência, e um deles era o José Portilho, um dos craques da época. Nas redondezas vivia o Zé da Pule, malandro conhecido e um tremendo “virador”. Contava histórias, dava barbadas e sempre “mordia” o pessoal da área. Vivia dizendo que freqüentava a Gávea e conhecia muitos jóqueis etc...Papo de malandro mesmo. E este Zé estava devendo uma nota para o Seu Manoel, que nunca lhe dava ouvidos sobre barbadas.

Aí, o malandro teve uma idéia que poderia resolver todos os problemas. Chamou outro desocupado como ele, também viciado nas corridas, magrinho, com peso de jóquei e disse: Vais passar pelo Portilho. Seu Manoel nunca tinha ido a Gávea e era só caprichar no papo que o assunto estaria resolvido. E lá foi o Zé da Pule, com aquele papo de malandro, ao armazém, acompanhado do “jóquei”. Entrou e com a cara mais lavada deste mundo, falou: “Seu Manel”, vim lhe proporcionar uma grande alegria, aqui está o José Portilho. O portuga ficou meio cabreiro e resolveu testar o cara, que já tinha decorado a vida do piloto de trás para frente. Convencido, o homem já sacou logo uma lata de azeite para presentear o ídolo.

E daí em diante o falso Portilho passou a informar o comerciante sobre “suas montarias” e, por mais incrível que pareça, acertava quase tudo e o homem já estava quase “quebrando a banca” da esquina. E, como recompensa, dinheiro e mantimentos para o Zé da Pule. Numa certa corrida, o verdadeiro Portilho tinha sete montarias e o seu genérico mandou Manoel apostar em quatro. Ganharam todos e o faturamento foi alto. Emocionado, sem dizer nada, Seu Manoel resolveu fazer uma surpresa ao amigo. Sacou uma garrafa de seu melhor vinho do Porto, tomou um táxi e foi ao hipódromo entregar o presente em mãos.

Ao chegar à Gávea, pediu para falar com o Portilho e assim que o verdadeiro foi a seu encontro, o homem riu e disse: “Ó pá, tu não és o Portilho, deixa de onda”. Depois de vários testemunhos, Manoel entendeu a situação. Ficou louco por ter sido enganado, esbravejou e foi acalmado pelo jóquei verdadeiro, que acabou se comprometendo em ligar para ele e falar, realmente, sobre suas montarias.

De volta ao subúrbio, encontra o Zé da Pule e ataca-o com vassouradas, tamancadas, chutes e até o gato do armazém ele atirou no Zé, que acabou se mudando do bairro e sumindo de circulação. O verdadeiro José Portilho passou a informar o Manoel sobre suas montarias durante uns seis meses. E o homem nunca mais acertou nada e quase perdeu o armazém. Dizem que, durante um ano, o pobre coitado percorreu as ruas da cidade atrás do “falso” Portilho...

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Silêncio que ele está dormindo

As histórias engraçadas que acontecem no universo turfístico muitas vezes não passam dos bastidores. Quem acompanha o dia-a-dia das corridas e o que acontece de verdade, poderia escrever uma série de livros sobre o assunto. Claro, que com o advento dos centros de treinamento, a população eqüina diminuiu, assim como o número de profissionais presentes ao hipódromo. Os problemas e “causos” também foram reduzidos.

Não é comum, mas na história do turfe, alguns proprietários entram com força na atividade. Compram muitos cavalos e são levados pela empolgação. Enquanto os “bichos” estão ganhando e faturando, é tudo uma maravilha. Mas, na hora em que os problemas começam a aparecer, vem a dor na parte mais sensível do corpo humano: o bolso. E, invariavelmente, esta dor é transmitida imediatamente para o treinador. O pagamento do “trato” passa a atrasar e a situação vai ficando complicada. Nunca vi ou soube de um treinador que deixasse cavalo passar fome. Muitos, do próprio bolso, davam sempre um jeito.

E não é incomum, o proprietário querer se desfazer do cavalo e, muitas vezes, entrega a “transferência” para o treinador, sugerindo que ele venda o animal para pagar a dívida. Como sempre, a história que vou contar agora é verídica (de verdade mesmo) e, claro, não vou citar o nome dos envolvidos. O caso foi exatamente o que acabei de citar. O proprietário, devendo, entregou o documento ao treinador e mandou que vendesse o cavalo para aliviar o “pepino”. O profissional começou a espalhar que o cavalo estava à venda e, por telefone, recebeu uma oferta pelo bicho. Não era grande coisa, mas já ajudaria.

Acertou tudo com o comprador que ficou de passar na cocheira no dia seguinte, para olhar o cavalo e fazer o pagamento. Tudo certo e, na manhã seguinte, já respirando mais aliviado, o nosso bom treinador chamou o cavalariço e pediu a ele que “desse um trato” no bicho, deixando-o bem limpo, escovado e “nos trinques”. Ao encaminhar-se para o boxe do animal, o rapaz tomou um susto danado. O bicho estava caído, durinho, mais morto que qualquer outra coisa. O desespero foi total e absoluto.

Aquilo não podia estar acontecendo. Em seguida, chega o proprietário interessado em comprar o cavalo e nosso herói mandou que a porta do boxe fosse fechada. Já com o cheque na mão, o comprador pediu para ver o bicho. No desespero, o treinador se aproximou do boxe, abriu a porta bem devagar e quando o “homem” chegou perto para examinar, ele sussurrou: “schhhhh” não faça barulho que ele está dormindo...

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Burrero não perdoa nem Leguisamo

O turfe é uma paixão mundial, mas na Argentina a idolatria pelos ídolos vai além da compreensão e da racionalidade. O “burrero” portenho leva tudo às últimas conseqüências e não quer saber. E se o ídolo foi meio arrogante ou até mesmo não retribuir o carinho recebido, é alvo de xingamentos e de pragas, que muitas vezes podem “pegar” e atrapalhar a carreira. Pero si, Pero no, é melhor não arriscar.

Esta pequena história me foi contada pelo amigo Manolo Epelbaun, jornalista nascido na Argentina e há mais de meio século no Brasil. Nos áureos tempos do turfe em Buenos Aires, havia um burrero que idolatrava Irineo Leguisamo mais do que tudo na vida. Todo páreo, encostava na cerca e quando o piloto entrava em pista, para o cânter, gritava sem parar: “Leguí”, “Leguí”, tentando chamar a atenção do jóquei, buscando um aceno ou até um sinal sobre aquela montaria. Qualquer movimento do campeão seria interpretado como um aviso para mandar bala no guichê.

Certo dia, numa noturna, já não agüentando mais a gritaria daquele fanático, Leguisamo o olhou fixamente e fez um sinal qualquer. Alucinado e feliz, o sujeito contou todos os pesos que tinha no bolso e apostou tudo no cavalo do “amigo” que lhe dera, finalmente, uma dica. Corrido o páreo, Leguisamo chega em quinto lugar. Desolado, o apaixonado e “duro” apostador, encosta na cerca e espera o ídolo passar. Quando o “mestre” se aproximou, vociferou, desolado: “Leguí, Leguí, não quero que morras nunca, apenas que engordes um quilo por semana”.

Outro exemplo da paixão dos argentinos por seus ídolos aconteceu quando o campeão Jorge Ricardo foi contratado pelo Stud Rubio B. e começou a montar apenas nas corridas do meio de semana, isso em janeiro de 2006. Numa das primeiras idas a Buenos Aires, entrou num táxi com destino a San Isidro e notou que o motorista o olhava constantemente pelo espelho retrovisor. O campeão ficou na dele, até achando que estava sendo reconhecido, embora não montasse com freqüência na capital argentina.

Em certo momento, o taxista não agüentou e disse ao brasileiro: “Muito bem, vieste para desbancar o Falero. Vou torcer por você, não me desaponte”. Ricardo desceu do táxi, não deu nenhuma gorjeta, é claro, mas ficou satisfeito com a manifestação.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

A "bruxa" e a falta de energia

Todo verão acontece a mesma coisa. Os refletores do Hipódromo da Gávea ficam completamente rodeados por mariposas, cupins de luz, bruxas e outros objetos voadores não identificados. Não tem jeito, onde existe algum foco luminoso lá estão todos os espécimes voadores de todas as formas e tamanhos. A história que vou contar, como todas que apresento neste espaço, é absolutamente verídica (de verdade mesmo).

Voltando no tempo, na era em que as corridas eram transmitidas apenas pelo rádio, lá estava o matungo, especialista em programações noturnas (no sentido turfístico, claro), de pé, em frente ao seu potente Zeiss, que não chegava a ser como o binóculo oficial, mas dava pro gasto. Competidores próximos ao starting-gate, quase na hora do alinhamento. Com o olhar fixo no reconhecimento dos animais, dava pra ver a multidão de “voantes” que rondavam, enlouquecidos, os refletores da Gávea.

Começa o alinhamento e o matungo-locutor, cheio de voz empostada, preparava-se para mais uma narração. Quase tudo pronto para a largada e, a percepção, no canto do olho, de que um daqueles bichos aterrorizantes iniciava, ainda ao longe, uma missão suicida, tipo kamikaze, em direção à cabine de transmissão. Não sei se pela capacidade de aproximação do binóculo, mas o enlouquecido predador, munido de asas enormes, continuava vindo.

Largou o páreo e o locutor que vos escreve estava com um olho nos cavalos e outro no Boeing 747 que estava cada mais vez mais perto. “Contornam a curva de chegada e entram pela reta final” e o bicho veio. Não tive dúvida, desliguei o microfone e antes que a criatura adentrasse à cabine, pulei fora. Segundos depois, me deparei com “aquilo”, pousado na parede. De imediato, tirei o sapato e dei-lhe uma porrada que dava para abrir um coco. Foi poeira de bruxa pra todo lado, mas saí vencedor.

Instantes depois, preocupado com os ouvintes, abri o microfone e com uma voz consternada, disse: “Por falta de energia em nossos transmissores ficamos alguns segundos fora do ar”. Em seguida, mandei: “Ganhou o número 5 e em segundo chegou o 7”.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

O único jeito foi apagar as luzes

Esta é uma história verídica (de verdade mesmo), ocorrida há décadas no Hipódromo do Cristal e me foi contada pelo principal personagem. Portanto, pra mim, realmente aconteceu. É claro que não vou citar o nome do autor da façanha, um saudoso e querido amigo que já se foi. A história foi mais ou menos assim: a situação estava preta, poucos cavalos para cuidar, dívidas acumulando e a única saída seria dar uma bela "tacada", amparada por um cupincha disposto a investir. Só assim as coisas poderiam melhorar.

Um dos poucos cavalinhos da cocheira, com chance de vencer um páreo, precisava de um "tratamento" especial e, depois de muita luta, nosso bravo treinador conseguiu uma grana emprestada e comprou uns "remedinhos" para levantar a moral do bicho. Medicação feita e o matunguinho já olhava diferente para o cavalariço. No trabalho, veio a confirmação: não podia perder. Agora era achar o parceiro para jogar. E barbadeiro disposto a ouvir uma "história" não faltava. Mas era preciso um jóquei de confiança, que não lhe passasse a perna na hora da verdade.

Cupincha arranjado, jóquei acertado, páreo fraco e tudo estava "nos conformes". O retrospecto do cavalo era triste e a pule, salvadora. No padoque, tudo pronto, chega o apostador, apavorado e diz: "Não arrumei a grana para jogar, o que vamos fazer"? O treinador, desesperado, chama o jóquei e diz: "Olha, não tá valendo não, por favor, dê um jeito de perder". O piloto, com a maior cara-de-pau, respondeu: "Agora é tarde, já mandei jogar pra mim, sinto muito".

Larga o páreo e o cavalo tira três e quatro corpos. Não tem jeito, vai ganhar. Aí, então, nosso herói, enlouquecido, corre até a Casa de Força e, sem titubear, desliga as luzes do hipódromo. Resumo: o páreo foi anulado, descobriram o crime e cassaram a matrícula do pobre coitado, que juntou os trapos e se mandou para o Rio de Janeiro...

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Na era dos blogs, até o matungo aderiu

Antigamente, quando comecei, ser colunista era o sonho de qualquer jornalista especializado. Mas sou do tempo das máquinas de escrever, as famosas Remington ou Olivetti. Fiz o Curso Ted, de datilografia. E passei, com louvor, com sei lá quantos toques por minuto. Quando surgiram as máquinas elétricas foi um sucesso espetacular. E quando veio a Composer, com aquela esfera minúscula? Foi uma grande festa e um alívio para os dedos, cheios de calos. Era fã de O Pangaré, do saudoso e fantástico Haroldo Barbosa, com quem tive a honra de conviver, no Globo, por alguns anos. E, lá pelos idos de 1984, quando fui editor de turfe de O Povo, veio a idéia de homenagear o ídolo dos primeiros anos de jornalismo.

Ora, se Pangaré é aquele cavalo ruim, que não ganha nunca, por que não criar O Matungão, tentando, longe de ter a mesma capacidade de Haroldo, falar com um pouco de humor sobre as coisas do turfe. Enquanto estive em O Povo a coluna sempre foi publicada às quartas-feiras. Quando saí do jornal, o eqüino metido a engraçado entrou em férias. Em 2003, convidado pelo Marcos Rizzon, levei o matungo para o Jornal do Turfe. A coluna de lá continuará nos mesmos moldes. Mas, a modernidade chegou e o universo dos blogs está aí mesmo. A Internet está tomando conta do mundo e as Remingtons e Olivettis já fazem parte do acervo dos museus. Incentivado pelos amigos e jornalistas Karol Loureiro e Fred Raposo, que já são bloggers, resolvi me arriscar por este terreno desconhecido e vou tentar reproduzir por aqui, as manhas e artimanhas do bucéfalo. Todas as quartas ele vai "pintar e bordar" neste espaço, contando histórias engraçadas do turfe e de outras áreas, uma vez que este matungo é eclético. E, como ele mesmo encerra de forma abrupta seus comentários... Chega!