sexta-feira, 9 de novembro de 2007

O único jeito foi apagar as luzes

Esta é uma história verídica (de verdade mesmo), ocorrida há décadas no Hipódromo do Cristal e me foi contada pelo principal personagem. Portanto, pra mim, realmente aconteceu. É claro que não vou citar o nome do autor da façanha, um saudoso e querido amigo que já se foi. A história foi mais ou menos assim: a situação estava preta, poucos cavalos para cuidar, dívidas acumulando e a única saída seria dar uma bela "tacada", amparada por um cupincha disposto a investir. Só assim as coisas poderiam melhorar.

Um dos poucos cavalinhos da cocheira, com chance de vencer um páreo, precisava de um "tratamento" especial e, depois de muita luta, nosso bravo treinador conseguiu uma grana emprestada e comprou uns "remedinhos" para levantar a moral do bicho. Medicação feita e o matunguinho já olhava diferente para o cavalariço. No trabalho, veio a confirmação: não podia perder. Agora era achar o parceiro para jogar. E barbadeiro disposto a ouvir uma "história" não faltava. Mas era preciso um jóquei de confiança, que não lhe passasse a perna na hora da verdade.

Cupincha arranjado, jóquei acertado, páreo fraco e tudo estava "nos conformes". O retrospecto do cavalo era triste e a pule, salvadora. No padoque, tudo pronto, chega o apostador, apavorado e diz: "Não arrumei a grana para jogar, o que vamos fazer"? O treinador, desesperado, chama o jóquei e diz: "Olha, não tá valendo não, por favor, dê um jeito de perder". O piloto, com a maior cara-de-pau, respondeu: "Agora é tarde, já mandei jogar pra mim, sinto muito".

Larga o páreo e o cavalo tira três e quatro corpos. Não tem jeito, vai ganhar. Aí, então, nosso herói, enlouquecido, corre até a Casa de Força e, sem titubear, desliga as luzes do hipódromo. Resumo: o páreo foi anulado, descobriram o crime e cassaram a matrícula do pobre coitado, que juntou os trapos e se mandou para o Rio de Janeiro...

5 comentários:

Fred Raposo disse...

I think you got the spirit da coisa. Agora só falta abrir esse Matungo pro povão, ora bolas. Abs, Fred.

www.fredraposo.blogspot.com

Anônimo disse...

Seja bem vindo ao mundo dos blogueiros... Estarei toda quarta por aqui... Abraços...

www.cercamovel.blogspot.com

Rafael disse...

Que momento vive esse matungão, hein! Dias de craque: corre de frente; de trás; no pelotão; e sempre confirma. Marco, parabéns, o bom-humor do turfe está contigo faz tempo.
Em breve eu terei de me inscrever nesse páreo, um blog pesos especiais para 25 anos e mais, em que Fred e Karol tmb alinham...vou apenas figurar, neh, pq essa trinca está tinindo e corre demais! abçs,
Rafa Cavalcanti

Anônimo disse...

Caro Marquinhos: Desejo que um tropel de "Yatastos" empurrem teu Blog até o disco final com vários e vários corpos de vantagem. Você sabe das vidas dos "Arándanos en Boca", do "Bailongo en Boca" e porque não, também do "River Plate" e do "Tango di Gardel". Abraços e sucessos,
Manolo

Anônimo disse...

Marco, aqui está o link da entrevista que você deu ao nosso repórter no blog Por Esporte. Talvez você pudesse divulgar:

http://poresporte.blogspot.com/2007/09/turfe-esporte-no-jogo-de-azar.html

Grande abraço!
Bernardo