Voltando no tempo, na era em que as corridas eram transmitidas apenas pelo rádio, lá estava o matungo, especialista em programações noturnas (no sentido turfístico, claro), de pé, em frente ao seu potente Zeiss, que não chegava a ser como o binóculo oficial, mas dava pro gasto. Competidores próximos ao starting-gate, quase na hora do alinhamento. Com o olhar fixo no reconhecimento dos animais, dava pra ver a multidão de “voantes” que r

Começa o alinhamento e o matungo-locutor, cheio de voz empostada, preparava-se para mais uma narração. Quase tudo pronto para a largada e, a percepção, no canto do olho, de que um daqueles bichos aterrorizantes iniciava, ainda ao longe, uma missão suicida, tipo kamikaze, em direção à cabine de transmissão. Não sei se pela capacidade de aproximação do binóculo, mas o enlouquecido predador, munido de asas enormes, continuava vindo.
Largou o páreo e o locutor que vos escreve estava com um olho nos cavalos e outro no Boeing 747 que estava cada mais vez mais perto. “Contornam a curva de chegada e entram pela reta final” e o bicho veio. Não tive dúvida, desliguei o microfone e antes que a criatura adentrasse à cabine, pulei fora. Segundos depois, me deparei com “aquilo”, pousado na parede. De imediato, tirei o sapato e dei-lhe uma porrada que dava para abrir um coco. Foi poeira de bruxa pra todo lado, mas saí vencedor.
Instantes depois, preocupado com os ouvintes, abri o microfone e com uma voz consternada, disse: “Por falta de energia em nossos transmissores ficamos alguns segundos fora do ar”. Em seguida, mandei: “Ganhou o número 5 e em segundo chegou o 7”.
Um comentário:
kkkkkkkkkkkkk
Matungo, quero ver fazer isso hoje em dia, no microfone oficial do Hipódromo da Gávea... Terá de encarar todas as bruxas (e fantasmas) que aparecerem...
kkkkkkkkkkk
Muito bom mesmo!!!
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