quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Ele voltou e ainda riu na minha cara

Por legítima e espontânea pressão, lá vou eu atualizar este tal de blog, que no fundo, no fundo, já estou meio arrependido de ter inventado. Falta tempo e memória para buscar histórias verídicas (de verdade mesmo). Como tomei um quase “carão”, ontem, de outra blogueira que escuta os bichos falarem (coisa de doido), vamos lá. Lembrei-me, depois de um esforço hercúleo (isso é lindo), de uma passagem ocorrida naquele ano de 1983 (estou parecendo o Pantaleão, personagem do grande Chico Anysio). Foi quando na cocheira em que ocupava, na Vila Hípica da Gávea, recebi alguns potros que seriam oferecidos em leilão.

Não lembro ao certo, mas eram uns oito produtos de 2 anos, ainda por domar, de alguns criadores paulistas. Quando mandei que os empregados fossem desembarcar os animais, um deles voltou com uma justificativa meio estapafúrdia. “Seu Marco”, disse-me ele, o cabresto não dá, preciso de outro. De imediato imaginei, que raio de potro cabeçudo é este. Mandei que o cavalariço procurasse o maior que tínhamos na cocheira e ele respondeu: não é isso, é que o bicho é pequeno demais e os nossos cabrestos ficam sobrando. Na hora, imaginei: erraram e mandaram um pônei pra gente. Bom, curioso, fui até lá e quase trouxe o cavalinho no colo.

A raça do minúsculo exemplar de PSI era notável, se fosse ele, realmente, um cavalo de corrida. Num carrossel, sem dúvida, seria um sucesso. Não vou citar o nome do pobrezinho, pois poderia deixar melindrados dois excelentes proprietários, que espero, apesar da idade, na época, estejam vivos e muito bem de saúde. Seguindo com a história, mandei arrumar os bichos para o leilão e tinha uma certeza, a de que nenhum lance seria dado naquele coitadinho. Como tinha um compromisso inadiável naquela noite, tratei de ir cedo ao tattersall e conferir que todos os oito estivessem no local dentro do horário estipulado. Acertei tudo e fui embora.

No dia seguinte, bem cedo, na cocheira, perguntei ao meu segundo-gerente como havia sido o leilão e ele me disse que “todos” os oito haviam sido vendidos. Eu perguntei: “Todos”? E ele disse, sim. Dois ou três dias depois os compradores foram à cocheira, com as liberações e fui entregando os potros até que restou apenas um: Adivinhem: o anãozinho. Em seguida, dois senhores, muito distintos, entram na cocheira, procuram por mim, e me informam: Marco compramos um potro no leilão e gostaríamos muito que você o treinasse. Senti um calafrio na espinha. E não deu outra, era ele, o pequenino. Tentei, da forma mais educada possível, dissuadi-los da compra, mas não teve jeito, eles se apaixonaram pelo meio quilo. Pra resumir, depois da doma e de alguns “treinos” ele estreou e chegou último a 30 corpos. Acho que depois disso, não me lembro bem, foi para algum carrossel...Chega!

Um comentário:

Cerca Móvel (KL) disse...

Quer dizer agora que o senhor matungo só funciona na base do esporro??? Bom saber disso... tb queria saber qual o preconceito com os pequenos... ainda tem aquele ditado, nos menores frascos estão os melhores aromas... Enfim, fiquei ansiosa em saber o nome do cavalinho... me conta vai!!!